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Adriano adota posição firme ao cobrar dívida do Planalto com Nordeste

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* Por Nonato Guedes

Sem dúvida, foi louvável e corajosa a posição assumida pelo deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos), presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, perante autoridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que participaram da Caravana Federativa em João Pessoa esta semana, cobrando o pagamento de dívida histórica do Governo Federal para com o Estado e com a região Nordeste. A manifestação de Adriano foi dirigida diretamente ao próprio ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que, inclusive, foi agraciado com o título de “Cidadão Paraibano” e, de certa forma, comprometeu-se a interceder por reivindicações de interesse da Paraíba que encontram entraves ou embaraços nos canais oficiais em Brasília. Também foi oportuna porque coincide com o ressurgimento da “guerra” entre governadores do Sul contra governadores do Nordeste, a pretexto de que esta Região tem sido mais generosamente aquinhoada pelo Planalto.

É possível que a emulação entre unidades federativas tenha se acirrado como consequência da aprovação do projeto de reforma tributária no Congresso, que chegou a ser relatado na Câmara por um deputado paraibano – Aguinaldo Ribeiro, do PP, e pelo senador do Amazonas, Eduardo Braga, do MDB. O Parlamento e outros fóruns de debates tornaram-se palco, durante meses, de discussões veementes sobre a partilha de recursos que ainda estão concentrados na União, e houve oportunidade para mudanças pontuais e para concessões inesperadas, o que não impede que, até hoje, persista a batalha midiática sobre comparação de números de investimentos em obras e serviços para desenvolvimento de Estados da região. Não custa lembrar que no auge da radicalização – possivelmente estimulada pelo clima beligerante que o governo ado, de Jair Bolsonaro, disseminou, com o intuito de provocar a desunião nacional, pipocaram manifestações de governadores de Estados importantes do Sul ressuscitando a odiosa tese do separatismo, como se ela correspondesse a uma pomada maravilha capaz de resolver males endêmicos do Brasil.

O deputado Adriano Galdino fez-se porta-voz, novamente, da cobrança sobre o resgate de pendências que estão se acumulando na relação de tratamento para com o Nordeste – e procurou fundamentar sua linha de argumentação na apresentação de subsídios palpáveis que atestam uma continuada e descomunal discriminação para com o território do semiárido brasileiro. “A todo dia, a toda hora, são privilegiados os Estados do Sul e do Sudeste”, ponderou o presidente da Assembleia Legislativa, reclamando com ênfase que está na hora da nação brasileira pagar a conta contraída com o povo paraibano e nordestino, materializando investimentos maiores. “Esta conta só será paga quando nós cobrarmos, pois, enquanto eles estiverem na zona de conforto não vão nos pagar”, advertiu Adriano, com seu estilo peculiar de dizer verdades, por mais que elas sejam embaraçosas para quem as ouve. O deputado-presidente, aliás, deixou claro que aguarda com expectativa a chance de uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Paraíba para vocalizar, pessoalmente, o sentimento de orfandade que se apossa dos nordestinos, quando confrontados com a carga de privilégios que favorecem o Sul e Centro-Sul do país.

O presidente da Assembleia da Paraíba objetou que os Estados do Sul e Sudeste só são ricos devido a investimentos da União nesses locais (poderia ter acrescentado que, em parte, se beneficiam, também, de lobbies poderosos em Brasília, junto a círculos influentes, para retirar de outros Estados menos influentes eventuais benefícios que possam lhe ter sido concedidos). Recordou o parlamentar que na história da República, de um total de 39 presidentes eleitos, 33 foram originários do Sul e do Sudeste, e que os governantes eleitos, depois de tomarem posse, investiram prioritariamente os recursos da Nação nos Estados de origem, não apenas para atender à sua clientela eleitoral mas, certamente, para atender aos seus próprios interesses e aos interesses de grupos poderosos a que são vinculados. “Por mais de 140 anos, a República brasileira investiu injustamente os recursos da Nação nos Estados do Sul e do Sudeste, deixando o nosso Nordeste com as sobras orçamentárias”, reforçou Adriano, aludindo à percepção reinante de que o semiárido é bafejado apenas por migalhas, depois de ter atravessado períodos, literalmente, de pires na mão em Brasília, mendigando fatias restantes de volumosos orçamentos planejados e executados.

É uma situação desigual sob todos os pontos de vista – e ela se torna mais evidente agora, quando o Nordeste, que sempre foi encarado como uma região-problema para o Brasil, tornou-se parte da solução, com a exploração de energias renováveis e o desenvolvimento de novos nichos de desenvolvimento, mediante potencialidades criadas no próprio solo. Essa nova realidade teria que ser levada em consideração pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sentido de fazer valer a chamada “justiça tributária”. Como pontuou solenemente o deputado Adriano Galdino, o Nordeste não está querendo absolutamente nada, nenhum centavo dos brasileiros do Sul e do Sudeste. “Nós só queremos o que é nosso, por direito, e que a Nação brasileira tenha um olhar especial, diferenciado, para a Paraíba e para a região”, assinalou o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, numa das mais candentes radiografias já feitas sobre a desigualdade inter-regional no Brasil. Uma atitude louvável e corajosa que deveria inspirar outros representantes do povo nordestino no Congresso Nacional.

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Ideia do governador de entregar decisões sobre candidatos a cada partido não vai funcionar

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

Uma declaração do governador João Azevedo segundo a qual a responsabilidade de definir o nome do candidato a governador entre o vice-governador Lucas Ribeiro e o prefeito Cícero Lucena é do Progressistas está rendendo discussão e vai render muito mais.

Para parte de imprensa, o governador lavou às mãos em relação a essa evidente disputa interna dentro de sua aliança partidária.

A questão, no entanto, não é de tão simples solução, uma vez que envolve diversos partidos e atores políticos e, exatamente por isso, configura matéria complexa. Ao afirmar que se trata de problema de um único partido, o governador João Azevedo talvez esteja apenas revelando a intenção de chamar os principais envolvidos à consciência ou tenta afastar um pouco a responsabilidade de sua alçada. Mas não é simplesmente assim que a banda toca na política.

Com a experiência que já acumulou, o governador certamente tem consciência que o problema da escolha do candidato a governador de sua aliança política poderá não ser fácil como se imagina e que ele não poderá se eximir, ficar distante ou de fora. O processo vai precisar de um maestro habilidoso e firme sob pena de a banda desafinar.

O elevado grau de dificuldade na escolha do candidato a governador reside, incialmente, numa conjuntura que pouco ou quase nada se menciona. Os espaços de poder estão abertos no Estado. Há um vácuo de liderança que convida atores com algum capital político-eleitoral a se lançarem. Existe um quadro de transição instalado, uma vez que as lideranças mais antigas estão ausentes da disputa pelo poder estadual. É por isso que abundam os candidatos a candidato e a disputa promete acirramento impar porque, a rigor, existem chances para todos.

Na aliança liderada pelo governador João Azevedo existem destacados quadros da nova geração, como o vice-governador Lucas Ribeiro e o deputado Hugo Motta, ambos na faixa dos 36 anos, e o prefeito Cicero Lucena, que vai estar com 68 anos em 2026. O primeiro problema a se resolver aí é se se aposta todas as fichas na novíssima geração ou se se opta por um nome com mais experiencia e que, provavelmente, tem a ultima chance de disputar a eleição e ser governador do Estado.

Para cotejo ou comparação, vale lembrar que, na oposição, embora já tenham bastante história nas costas, os dois prováveis candidatos- Efraim Filho e Pedro Cunha Lima- são das novas gerações. Como então se dará o enfrentamento e qual a melhor opção para a disputa com a oposição?

Nesse contexto, outro ponto crucial na escolha é o da viabilidade político-eleitoral. Teoricamente, o melhor candidato é sempre aquele com melhor performance nas pesquisas. No entanto, no caso do esquema do governador João Azevedo, como existem muitos vontades envolvidas, o componente político, e não apenas o eleitoral, talvez acabe exigindo maior atenção. Inevitavelmente, o candidato precisará ser do agrado de todos. O desinteresse de uma ou mais forças políticas em relação ao candidato poderá comprometer o resultado das urnas e o projeto.

Além dessas questões de fundo, existem particularidades envolvendo os partidos da base do governador João Azevedo que podem exigir não apenas muita habilidade, mas um comando mais forte.

Em 2026, o Progressistas será a Federação União Progressista, uma incógnita em relação a comando na Paraíba e em relação à disputa para presidente de República. E, se essa federação estiver totalmente no campo bolsonarista em 2026, como vão ficar o PSB e os partidos de centro-esquerda esquerda? Onde será o palanque de Lula? Outro ponto: e se for formada a federação Republicanos/MDB? Como equacionar os problemas de relacionamento político entre o senador Veneziano Vital do Rego e família Ribeiro, hoje adversários frontais em Campina Grande? E a relação com o governador João Azevedo? O Republicanos se contentará com a presença de Veneziano na chapa majoritária como candidato a senador ou vai exigir outro espaço? Ainda: e se o prefeito Cícero Lucena se filiar ao Republicanos como já se especula? Com Veneziano e Cícero em seus quadros, o Republicanos não terá acumulado forças para exigir a cabeça de chapa?

Com tudo isso em jogo, não é difícil perceber que a operação para definição de candidaturas na aliança liderada pelo governador João Azevedo não será fácil. A ideia do governador de entregar a decisão a cada partido não vai funcionar.

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EUA x China: como a guerra tarifária entre os países pode afetar seus investimentos?

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Redação do Portal da Capital

Após tomar posse na Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump em uma de suas primeiras medidas adotou um novo formato de tarifa de importação a outros países. Sendo uma das maiores economias do mundo, a China não ficou de fora da taxação norte-americana e decidiu reagir, criando um cenário de disputa econômica em escala global.

A nova guerra tarifária, que agitou o mercado financeiro entre as duas maiores potências mundiais, aqueceu o debate sobre o futuro de investimentos atrelados às economias dos países.

Diante do atual cenário, a SIR Investimentos – empresa que realiza serviços de assessoria de investimentos -, fez uma análise referente ao tema e apontou o que a nova conjuntura significa para os investimentos.

Leia abaixo:

Em um cenário de constantes transformações, a guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo não apenas agitou os mercados globais, como também reacendeu debates sobre inflação, cadeias produtivas e proteção de portfólios.

Com tarifas americanas chegando a até 145% sobre importações chinesas — e com a China reagindo com medidas igualmente rigorosas — o ambiente permanece volátil. Agora, a negociação de novos acordos entre os países pode trazer novas mudanças, na tentativa de conter impactos mais amplos sobre a economia global.

E para quem investe, o que muda?

🔹 Aumento de custos: Produtos importados, inclusive tecnologias e itens do dia a dia, podem subir de preço, pressionando setores inteiros.

🔹 Volatilidade acentuada: Mercados reagem a cada notícia. Ações, câmbio e até commodities têm oscilado com força.

🔹 Brasil no radar: Apesar das tensões, o Brasil bateu recordes de exportação para EUA e China no 1º trimestre. Isso abre oportunidades em setores específicos da economia local.

🔹 Oportunidades com critério: Crises comerciais podem gerar distorções que abrem brechas para ganhos — desde que com estratégia e proteção.

Se você não está revendo seu portfólio diante desse cenário, pode estar exposto mais do que deveria. Fale com um assessor e esteja à frente das turbulências do mercado.

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“Por que” não será fácil fazer Cícero desistir de ser candidato

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Redação do Portal da Capital

* Por Luis Tôrres

O escritor norte-americano Mark Twain dizia que os dois momentos mais importantes da vida de um homem são quando ele nasce e quando ele descobre o porquê. Para o prefeito Cícero Lucena (PP), há um terceiro momento tão importante quanto. Descobrir o porquê ele desistirá de disputar o governo da Paraíba caso esteja à frente das pesquisas.

Foi exatamente o que ele cobrou ao ser perguntado nesta segunda, 28, no Frente a Frente da Tv Arapuan, se abriria mão da candidatura ao governo caso estivesse na frente nas pesquisas. “Teria que ter um porque!”, disse sem hesitar.

Sobre a tal “candidatura de Lucas Ribeiro (PP) ao governo caso João Azevedo saia para se candidatar ao Senado”, Cícero foi ainda mais enigmático para dizer que, mesmo nesta situação, a candidatura da senadora Daniella Ribeiro (PP) à reeleição também deve ser considerada natural. E emendou: “Nem tudo que é natural é o que vai acontecer”.

Na entrevista toda, Cícero destacou suas ações quando governador na década de 90, quando substituiu Ronaldo Cunha Lima e assinou decreto de criação de mais de 50 cidades na Paraíba, descartou aliança com a oposição declarando-se ser uma das figuras mais leais da política paraibana e defendeu que “os interesses pessoais” não estejam acima da necessidade de dar continuidade ao projeto de João Azevedo no governo.

E foi além: disse que espera tudo seja definido até junho, antes mesmo do São João, que é pra dar tempo do candidato se fortalecer ainda mais.

De tudo o que ele disse, duas coisas podem resumir tudo. Cícero é o candidato ao governo mais oficial de todo o Brasil, mais do que os que vão para reeleição. Lembrando que ao fazer a chamada para o programa só falou em “projeto da Paraíba” e não mais de João Pessoa. Registrou que pesquisas apontam que o próprio pessoense quer que ele leve a experiência da capital para o estado. E ainda disse que o vice-prefeito Léo Bezerra já é o segundo prefeito de João Pessoa e vai dar continuidade sem problemas a tudo que está sendo desenvolvido.

E a segunda conclusão é de que a coisa mais difícil do mundo será convencê-lo a desistir desse projeto.

Simplesmente “porque” ele entende que essa é a melhor – talvez a única  – oportunidade de sua vida. E que, do jeito que vai correndo solto, com uma liberdade de ação maior do que as dos seus parceiros de grupo, chegará no momento da decisão com um patamar de difícil convencimento.

Será difícil alguém responder “por que não” Cícero.

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